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Saúde & Qualidade de Vida – Saúde & Nutrição
A pele humana é um órgão complexo, formado por diversas estruturas e diferentes tipos celulares, que atua como uma barreira protetora dos órgãos internos em relação ao meio externo. É considerado o tecido mais exposto do corpo, entrando em contato constante com agentes químicos, físicos e microbiológicos, que podem induzir a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO), mais conhecidos como radicais livres, e espécies reativas de nitrogênio (ERN). Estas espécies são fundamentais para diversos processos fisiopatológicos e bioquímicos, porém, é preciso que haja um equilíbrio entre a produção e remoção destes componentes. Alterações acentuadas neste equilíbrio levam ao chamado estresse oxidativo (GUARATINI, MEDEIROS, COLEPICOLO, 2007).
Diversos fatores podem alterar o equilíbrio cutâneo, sendo que muitos destes podem acelerar o envelhecimento deste órgão. A exposição solar é um dos fatores que mais interfere nos mecanismos da pele, tendo efeitos cumulativos e, se não cuidados, podem ter como conseqüência o câncer de pele (GUARATINI, MEDEIROS, COLEPICOLO, 2007).
A radiação solar, ou ultra-violeta (UV) pode ser dividida em três faixas, de acordo com as suas características de propagação e efeitos biológicos. São elas: UVC, UVB e UVA. As radiações UVA e UVB são as responsáveis pela diminuição do sistema antioxidante da pele, ou seja, do sistema que impede que haja um estresse oxidativo pela produção e remoção desequilibrada de ERO e ERN (GUARATINI, MEDEIROS, COLEPICOLO, 2007).
Há evidências científicas de que a exposição constante ao sol pode provocar mutações no gene supressor de tumor, que são ocasionadas pelo estresse oxidativo. Mutações neste gene reduzem a capacidade do organismo de evitar a proliferação celular exacerbada com conseqüente formação de tumores, ou seja, o risco de desenvolver câncer de pele nestes casos é bem maior e representa a principal preocupação quanto à exposição à radiação e seus efeitos deletérios (GUARATINI, MEDEIROS, COLEPICOLO, 2007).
Tendo em vista a importância da pele como barreira protetora e os efeitos que uma exposição exagerada ao sol pode causar, muito tem se falado nos métodos de fotoproteção,
Uma das alternativas utilizadas é o uso de antioxidantes como peças fundamentais para o restabelecimento do equilíbrio da pele. Alguns destes antioxidantes são obtidos a partir da alimentação como, por exemplo, as vitaminas C e E, os carotenóides (beta-caroteno, licopeno e luteína) e os compostos fenólicos. Estes antioxidantes têm a função de remover as espécies reativas que estão sendo produzidas em excesso, assim impedindo os danos que possam ocorrer (STAHL, et al., 2006).
Para a obtenção destes antioxidantes, é importante manter uma dieta rica em frutas, verduras e legumes, que são as principais fontes destes compostos. As frutas, em particular, possuem ótimo poder antioxidante, já mostrado por estudos. Isso faz delas uma opção natural e financeiramente mais econômica ao invés de incluir suplementos dietéticos para a obtenção dos compostos citados. Alguns exemplos com boas concentrações de antioxidantes são: laranja, abacaxi, morango, manga e uva. Do grupo das verduras e hortaliças podemos citar a couve, o espinafre, a cebola e a cenoura. Os chás também podem ser considerados fontes de antioxidantes que ajudam na proteção contra raios UV (STAHL, et al., 2006; MELO, et al., 2008; OLIVEIRA, et al., 2009).
O equilíbrio da pele, juntamente com a ingestão de alimentos fonte de antioxidantes garante um maior poder de fotoproteção do que somente o uso tópico de produtos com essa finalidade. Além da característica fotoprotetora, estudos epidemiológicos demonstram uma menor incidência de doenças crônicas em populações que consomem com freqüência estes tipos de alimentos (STAHL, et al., 2006).
Por fim, levando-se em conta a importância do papel da pele como protetora do organismo e os efeitos maléficos da exposição crônica aos raios UV, é essencial o cuidado para que fatores externos não tenham como conseqüência o estresse oxidativo, prejudicando a integridade e o equilíbrio cutâneo.
referências:
GUARATINI, T; MEDEIROS, M.H.G; COLEPICOLO, P. Antioxidantes na manutenção do equilíbrio redox cutâneo: uso e avaliação de sua eficácia. Quím. Nova, v. 30, n.1, p. 206-213, 2007.
MAIA, M.; MAEDA, S.S.; MARÇON, C. Correlação entre fotoproteção e concentrações de 25 hidroxi-vitamina D e paratormônio. An Bras Dermatol., v. 82, n. 3, p. 233-237, 2007.
MELO, E.A. et al. Capacidade antioxidante de frutas. Rev Bras Ciências Farmacêuticas, v.44, n.2, abr./jun., 2008.
OLIVEIRA, A.C. et al. Fontes vegetais naturais de antioxidantes. Quím. Nova, v. 32, n.3, p. 689-702, 2009.
STAHL, W. et al. Lycopene-rich products and dietary photoprotection. Photochem. Photobiol. Sci., n.5, p. 238-242, 2006.
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